"Nas lágrimas que me fecham portas
 O amor que escreve certo por linhas tortas
 Cansei de ter que ler amor nas entrelinhas
 Não sei
 Mas vou pensar..."

 Christiaan Oyens

Campo Minado

É certo que as relações humanas são mais profundas do que comumente exploramos, algumas vezes chego a pensar que o coração do homem é um área protegida por seres de outro planeta, quem sabe até seja um campo minado, qualquer mortal que se aventurou a invadir a área, morreu na explosão, sei lá, sem muita esperança, mas totalmente consciente de que faço parte do mesmo saco, lamento no mais profundo do meu ser que ser gente às vezes cansa! Eu sou analítica, penso demais, o tempo todo, mas num geral, as pessoas não são assim, então eu aprofundo sozinha enquanto vejo alguns iguais nas bordas das relações, isso me dá uma canseira e uma preguiça, como fazer o outro entender que se eu reclamo é porque ainda acredito? Que meu peito é quente e ao mesmo tempo está desamparado numa geleira de rotina, falta afeto, falta abraço, falta muito e até de mim. Cadê o amor de cinema? Eu quero pra mim. Mereço e não desisto.

Escrever costumava ser um hábito, mas de uns tempos pra cá, não consigo terminar nada, não leio mais uma matéria inteira, quanto mais um livro, uma mão perfeitamente feita e a outra com cutículas, resumindo, sou mãe! Sempre ouvi que mães são como polvos que dão conta de mil tarefas, mas queridos, isso é tão injusto, meu coração está apertado porque me dá uma grande angústia não dar conta do meu recado, dizem que é assim mesmo, que tudo se ajustará conforme minha necessidade, será? tomara.

O coração tá uma zorra, aos poucos me abro, me rasgo, aos poucos volto a ser eu, com o coração carente de tudo e a alma querendo falar, amar, chorar, desabafar, viver.